O objetivo do presente estudo foi determinar as concentrações de testosterona no pêlo de cães domésticos, testar dois protocolos diferentes de extração hormonal, comparar os níveis séricos e avaliar as possíveis diferenças de concentração de testosterona no pêlo de acordo com: o sexo; animais castrados e inteiros; região de colheita; tipo e tempo de armazenamento do extrato e coloração da pelagem. Foram utilizados 31 animais adultos, sendo 25 machos e 6 fêmeas, da raça poodle provenientes de canis particulares. O pêlo foi colhido com auxílio de tesoura ou máquina de tosa e armazenados em temperatura ambiente, juntamente com colheita de amostra de sangue. Os protocolos de extração utilizaram 3mL de metanol como solvente por 2 ou 48 horas, os extratos foram secos em ar comprimido, ressuspendidos e armazenados na geladeira ou freezer por até 30 dias. As concentrações foram determinadas por radioimunoensaio (RIE). Os testes estatísticos foram realizados utilizando-se o programa computadorizado Statistical Analysis System (SAS). Os resultados mostraram que é possível determinar as concentrações do hormônio testosterona no pêlo de cães. Os dois protocolos de extração de testosterona no pêlo demonstraram-se eficientes, porém o segundo apresenta maior recuperação hormonal do que o primeiro. É possível determinar as concentrações do hormônio testosterona no pêlo de cães. Não há correlação positiva entre os níveis hormonais de testosterona encontrados no sangue e no pêlo. Há diferença estatística significativa entre as concentrações de testosterona no pêlo de acordo com o sexo: entre fêmeas e machos inteiros (p=0,0074) e entre fêmeas e machos (castrados e inteiros) (p=0,0042). Não há diferença entre fêmeas e machos castrados (p=0,3610). Não há diferença significativa das concentrações de testosterona no pêlo entre animais machos inteiros ou castrados. Não há diferença estatística significativa das concentrações de testosterona no pêlo entre regiões de colheita da amostra (cabeça, corpo ou membros), pois em todos os animais há correlação positiva entre essas áreas. Não há diferença significativa das concentrações de testosterona no pêlo de acordo com a coloração da pelagem (branca, cinza, marrom e preta). Não há diferença estatística significativa das concentrações de testosterona no armazenamento do extrato do pêlo ressuspendido por até 30 dias na geladeira ou freezer.