A presente pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de avaliar os prováveis efeitos do fator de crescimento semelhante à insulina I (IGF-I) sobre a maturação in vitro (MIV), nuclear e citoplasmática, de oócitos caninos retirados de ovários de cadelas. Os complexos cumulus oócitos (COCs) foram maturados in vitro em meio SOF (“synthetic oviductal fluid”). Foram utilizadas 40 cadelas submetidas ovario-histerectomias para esterilização cirúrgica ou para o tratamento de piometra. As doadoras foram classificadas em grupos conforme raça, faixa etária, condição reprodutiva e fase do ciclo estral. Os COCs (n=1474) foram liberados dos folículos pela técnica de fatiamento dos ovarios e maturados por 72 horas, exceto o grupo M0 (momento zero). O meio de cultivo base, foi o SOF, suplementado ou não com o IGF-I. Foram selecionados apenas COCs classificados como grau 1 para a MIV. Os COCs foram distribuidos em três grupos:: M0 (processados no mesmo dia da colheita da mesma forma que os demais), C (SOF) and E (SOF + IGF-I). Após o período de incubação ou no dia da colheita (M0) os oócitos foram corados para avaliação da maturação nuclear com bis-enzimida (Hoechst 33342) e para a maturação citoplasmática com Lens culinaris. O percentual de COCs/doadora de todas fêmeas foi 35,21% para as fêmeas sem raça definida; 39,69% para adultas (>10 meses); 39,83% para multíparas, e 39,20% para aquelas fêmes em diestro(P<0.05). O percentual de oócitos degenerados foi muito alto tanto na soma total (74.0%) quanto entre os grupos experimentais (M0=59.43; C=75.44; E=80.52%), sendo as diferenças estatisticamente signifcativas (P<0.05). Na maturação nuclear apenas 3,02% de todos os oócitos submetidos a esta avaliação atingiram o estádio de MI (M0=2,83%; C= 4,19%, e E=2,10). Da mesma forma que a retomada meiótica as taxas de maturação citoplasmática foram muito baixas,15,83% no total e 12,90%; 25,58%, e 8,69% respectivamente para os grupos M0, C, e E. Estes resultados indicam que a suplementação ou não do meio SOF para a maturação nuclear e/ou citoplasmática não melhorou as taxas de MIV nos oócitos aninos.Fêmeas sem raça definida, adultas, multíparas e em diestro forneceram mais COCs grau 1. Portanto, mais estudos são necessarios para determinar os componentes que faltam ou aqueles que sejam nocivos aos COCs caninos nos diferentes meios de cultivo, bem como as necessidades metabólicas da MIV nesta espécie. Estas informações contribuirão para a otimização dos protocolos de MIV, etapa fundamental para a fecundação e produção in vitro de embriões, importantes para a aplicação das biotécnologias da espécie canina em canídeos selvagens.