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Avaliação da expressão do mRNA do GLUT 4 em corpo lúteo de cadelas sadias ao longo do diestro.

O ciclo estral das cadelas difere das demais espécies domésticas. Estudos demonstraram que o aumento da concentração plasmática de P4 durante a fase luteínica das cadelas pode levar a alterações metabólicas como a resistência insulínica, acarretando complicações como Diabetes mellitus. A glicose é uma molécula transportada, na maioria das células, por proteínas transportadoras. O processo de instalação da resistência insulínica é caracterizado por alterações teciduais da expressão de algumas proteínas transportadoras de glicose, como o GLUT4. Atualmente 13 isoformas de proteínas transportadoras já foram seqüenciadas (GLUT1 ao GLUT13). O GLUT4 está presente nos músculos e no tecido adiposo, principalmente. Para avaliar se a expressão do GLUT 4 está presente nas células luteínicas e se esta expressão relaciona-se à produção de P4 e E2, 28 cadelas foram divididas em 7 grupos de acordo com os dias após a ovulação -p.o. (de 10 à 70 dias, n = 4 por grupo). Os ovários foram dissecados e congelados em nitrogênio líquido, o RNA extraído e o cDNA confeccionado e submetido ao PCR em tempo real. O gene GAPDH foi utilizado como controle endógeno para padronização da expressão do gene alvo. Foi coletado sangue para dosagem da glicemia, insulinemia, progesterona e estradiol. Para avaliar a regulação positiva do GLUT4 avaliamos também a expressão do mRNA do HIF-1α, destas mesmas cadelas. A expressão do GLUT4 apresentou tendência a aumento de expressão aos 20 dias (p. o.), quando comparado aos 10, 30 e 40 dias, pico de expressão aos 50 dias (p.o.), e então apresentou tendência a queda aos 60 e 70 dias p.o. Já a expressão do HIF-1α manteve-se muito semelhante através dos dias, tendendo a queda aos 10 e aos 40 dias pós ovulação, quando comparado com os demais grupos. Os resultados de dosagem de P4 e E2 variaram dentro do esperado para o diestro e não apresentaram correlação com a expressão de GLUT 4; a glicemia e insulina, aqui expressas através do índice HOMA (insulina x glicose % 22,5), apresentou pico aos 40 dias. Sabe-se que quanto mais alto o índice HOMA, menos este animal é sensível à insulina, ou seja, mais resistente à ela. Observou-se que o índice HOMA apresentou-se mais alto aos 40 dias, associado aos menores valores de expressão do GLUT4. Por outro lado, obtivemos o pico de expressão de GLUT4 aos 50 dias, quando o índice HOMA apresentou valores baixos. Sugere-se que a queda da P4 associada à elevação do estradiol plasmático possa influenciar o índice HOMA. Pode-se concluir que a expressão do GLUT4 no corpo lúteo de cadelas segue o padrão observado para tecidos sensíveis à insulina, nos quais existe uma maior expressão durante a fase de maior sensibilidade à insulina e diminuição drástica em fase de pré ou já instalada resistência insulínica.

Comparação das concentrações de progesterona sérica e progestinas fecais em cadelas.

Com o objetivo de usar o cão doméstico (Canis familiaris) como modelo biológico no monitoramento endocrinológico de populações de canídeos selvagens foram comparadas as concentrações de progesterona sérica com as concentrações dos metabólitos deste hormônio nas fezes dos animais. Foram colhidas amostras diárias de sangue e fezes, durante o proestro e estro, e duas vezes por semana durante o diestro ou gestação, de 17 cadelas da Raça Boxer, com idade entre 2 e 7 anos. Os metabólitos fecais de progesterona, após a extração, e a progesterona sérica foram mensurados por radioimunoensaio (RIE). As correlações encontradas entre a progesterona sérica e seus metabólitos nas fezes foram de r = 0,26; p⁢0,05. Pelo teste de análise de variância verificou-se pequena diferença estatística entre as fases do ciclo estral avaliadas (p⁢0,05). Os resultados mostraram uma grande variabilidade individual. Existe diferença média estatisticamente significante entre as fases do ciclo seja em soro quanto no extrato fecal (p⁢0,05). Existe significativa diferença estatística entre os períodos de estro / diestro e proestro / diestro (p⁢0,05). Averiguou-se ainda que em todas as fases a concentração média do hormônio nas fezes é sempre maior que a do soro (p⁢0,001). Há uma grande variabilidade nas informações, principalmente nas fezes, obrigando as coletas a serem seriadas e em grande número. Em avaliações individuais, cinco cadelas obtiveram uma correlação considerada boa (p≤0,05) ou ótima (p⁢0,001). A correlação melhora se for comparada a concentração de Progesterona sérica com a concentração de Progestinas fecais do dia seguinte (r=0,33; p⁢0,05).

Hemograma, teores séricos de proteínas e de cortisol de fêmeas caninas (Canis familiaris - LINNAEUS, 1758) submetidas à operação cesariana.


Cadelas submetidas à cesariana, por estarem em situação diferente da fisiológica, podem apresentar alterações séricas para se adaptarem a essa nova condição de estresse. Dentre as possíveis alterações,encontram-se as concentrações de cortisol e de proteínas plasmáticas durante o período peri-parto. Sendo assim, os objetivos desse estudo foram identificar e quantificar os teores de proteínas séricas e do cortisol de cadelas submetidas à cesariana na fase de parto e pós-parto (no dia do ato cirúrgico ou parto, 24h, 48h e 10 dias após), bem como analisar a cinética desses elementos no período. Cadelas foram avaliadas quanto à necessidade de se realizar a cesariana, sendo o grupo composto por 15 animais. Amostras de sangue foram colhidas e análises preliminares foram realizadas. O soro reservado foi utilizado para a realização do proteinograma sérico, por eletroforese em gel de acrilamida (SDS-PAGE), e dosagem de cortisol por radioimunoensaio (nos períodos já descritos). A análise estatística foi realizada por meio dos testes t e Tukey. O teor de cortisol sérico apresentou diferença (p< 0,05) no dia da cesariana (6,83 μg/dL), porém não diferiu (p> 0,05) nos dias subseqüentes (1,82 μg/dL, 24 horas após; 1,38 μg/dL, 48 horas após; 1,48 g/dL 10 dias após). Os valores médios após a cesariana foram compatíveis com o encontrado na literatura consultada. Foram encontradas 25 proteínas séricas , entre elas dez são consideradas como proteínas com comportamento de resposta de fase aguda. Pode-se concluir assim, que a distocia e necessidade de cesariana promovem alterações séricas no cortisol e proteínas, com reação de fase aguda. Essas alterações quando detectadas precocemente podem ajudar o médico veterinário na tomada de decisão, em caso de partos distócicos.

Expressão gênica dos receptores de estrógeno e ocitocina no endométrio, miométrio e placenta durante a gestação e parto em cadelas.

As diversas interações hormonais durante e gestação e parto na espécie canina são parcialmente conhecidas. A resposta dos tecidos frente ao estímulo hormonal é dependente da expressão gênica de seus receptores, bem como da concentração local dos hormônios. Desta maneira, o presente estudo apresentou como objetivos: caracterizar a expressão gênica dos receptores de estrógeno e ocitocina no endométrio, miométrio e placenta, correlacionando com as concentrações séricas dos respectivos hormônios durante a gestação e o parto. As cadelas gestantes foram alocadas em 4 grupos de acordo com a idade gestacional: até 20 dias de gestação (grupo 1, n=11), de 20 a 40 dias de gestação (grupo 2, n=12), de 40 a 60 dias de gestação (grupo 3, n=12) e em pródromos do parto (grupo 4, n=11). As cadelas dos grupos 1, 2 e 3 foram submetidas à ovário-histerectomia e as cadelas do grupo 4, à cesariana seguida da ovário-histerectomia. Amostras de endométrio, miométrio e placenta foram colhidas, bem como amostras de sangue para obtenção do soro sangüíneo. A extração do RNA total e a confecção do cDNA das amostras foram realizadas a partir de kits comerciais. As reações da PCR em tempo-real foram realizadas para os genes (RNAm) do receptor do estrógeno α (REα) e receptor da ocitocina (OTR), utilizando o 18S e RPS5 como controles endógenos. As dosagens hormonais foram realizadas por radioimunoensaio. A expressão gênica do RNAmREα e RNAmOTR diferiram de acordo com o tecido e período gestacional. No endométrio, a expressão do RNAmREα foi constante durante toda a gestação e parto, enquanto que o RNAmOTR foi mais expresso no grupo 4. Em relação ao miométrio, a expressão do RNAmREα foi maior nos grupos 2 e 4, já o RNAmOTR foi mais expresso nos grupos 3 e 4. Na placenta, o RNAmREα apresentou maior expressão nos grupos 1 e 2, e o RNAmOTR não sofreu mudanças durante a gestação e o parto. As concentrações séricas de ocitocina mantiveram-se constantes, enquanto os níveis estrogênicos aumentaram a partir de 40 dias de gestação até o início do parto. Conclui-se que a expressão gênica dos REα e OTR diferem de maneira temporal durante a gestação e o parto nos tecidos avaliados e as concentrações séricas de ocitocina não interferem na expressão gênica de tais receptores, enquanto os níveis de estrógeno elevam-se ao final da gestação, sendo possível atribuir a tal perfil a diferente modulação dos REα e OTR nos tecidos estudados.

Efeito da suplementação de cisteína e cisteamina sobre a maturação nuclear de oócitos de fêmeas caninas (Canis familiaris) obtidos por ovariosalpingo-histerectomia durante a fase pré-ovulatória do estro

O objetivo desta pesquisa foi avaliar os efeitos da suplementação de cisteína e cisteamina no desenvolvimento meiótico de oócitos caninos durante o processo de maturação in vitro. Os oócitos foram coletados de sete cadelas hígidas em fase pré-ovulatória imediata, submetidas à ovario-histerectomia. Os COC’s selecionados foram cultivados por um período de 72 horas em quatro meios diferentes: A (controle) - TCM199 suplementado com BSA (3 mg/mL) + FSH (5 ug/mL) + LH (10ug/mL) + progesterona (2 ug/mL) + estradiol (2 ug/mL); B – controle + 0,1mM de cisteína; C – controle + 100_M de cisteamina; D – controle + 0,1mM de cisteína + 100uM de cisteamina. Os resultados demonstraram que não houve diferença significativa entre os tratamentos (p<0,05), ou seja, a suplementação de compostos antioxidantes no meio de maturação não favoreceu a competência meiótica. Além disso, neste estudo pode-se inferir que para cada fase do ciclo estral, talvez seja necessário um período de maturação diferenciado.

Complexo hiperplasia endometrial cística/piometra em cadelas: fisiopatogenia, características clínicas, laboratoriais e abordagem terapêutica.


Na prática da clínica de pequenos animais, os médicos veterinários são freqüentemente confrontados com o quadro ou com o diagnóstico diferencial da piometra em cadelas, e devem decidir rapidamente sobre a melhor forma de tratamento, pois se trata de uma situação de risco para a vida da paciente. Esta revisão tem como objetivo a descrição dos conceitos práticos e atuais da etiopatogenia da hiperplasia endometrial cística em cadelas, a qual precede o desenvolvimento do quadro de piometra. Abordam-se tanto a classificação quanto os sintomas, os achados clínicos, bem como aspectos diagnósticos dessa síndrome. Com relação ao tratamento, são consideradas tanto a abordagem cirúrgica quanto a edicamentosa, bem como as vantagens e desvantagens de cada opção.

Avaliação ultra-sonográfica da acupuntura na involução uterina em cadelas




Estudou-se o fenômeno da involução uterina eutócica, em 16 fêmeas caninas divididas aleatoriamente em dois grupos de oito animais cada, onde o grupo 1 (G1) recebeu tratamento com estimulação elétrica (eletroacupuntura) da agulha nos pontos BP6, F3, Bai Hui, VC1, B23, B26, e o grupo 2 (G2), considerado grupo controle, recebeu tratamento em pontos Sham (pontos falsos) também com estímulos elétricos. O acompanhamento do fenômeno da involução uterina foi realizado por ultra-sonografia, nos dias 0 (dia do parto), 1, 3, 7 e 14 pósparto. Utilizou-se a avaliação estatística pelo método SAS, com o propósito de comparar os grupos. Os resultados dos exames ultra-sonográficos (média e desvios padrões em centímetros) para o período próprio de observação foram respectivamente: G1: 0,30 ± 0,01 (P); 2,08 ± 0,21 (LU); 4,13 ± 0,23 (DU) e G2: 0,31 ± 0,01 (P); 1,82 ± 0,09 (LU); 3,92 ± 0,11 (DU). A freqüência de 5-15 Hz causou sobre o tônus uterino efeitos mais discretos no início e mais duradouros e uniformes no final, o que nos faz deduzir sobre a existência de um efeito cumulativo. De outra parte, observamos que o fenômeno, involução uterina, foi mais lento no grupo 2. Sendo assim, conclui-se que a eletroacupuntura infere positivamente no tônus uterino, corroborando com a prevenção de transtornos puerperais embora não tenha observado  iferenças estatísticas entre os grupos.

Avaliação imunoistoquímica dos receptores de estrógeno e progesterona no tumor venéreo transmissível (TVT) e tecido vaginal de cadelas portadoras e hígidas em diferentes fases do ciclo estral.

O tumor venéreo transmissível (TVT) é uma das neoplasias de maior incidência na espécie canina acometendo principalmente o trato genital masculino e feminino. Embora o tratamento de escolha seja a quimioterapia, a resistência às drogas tem sido um fenômeno freqüentemente observado na prática clínica. A determinação dos receptores esteróides (estrógeno e progesterona) por imunoistoquímica em tecidos normais e tumorais de humanos e várias espécies animais, tem mostrado grande importância tanto na avaliação prognóstica da doença tumoral, como também na possibilidade de tratamentos hormonais como adjuvantes à quimioterapia. Os objetivos desta pesquisa foram avaliar a expressão e comparar a concentração dos receptores de estrógeno α (RE-α) e progesterona (RP4) no tecido vaginal íntegro de fêmeas hígidas e no tecido vaginal e tumoral de fêmeas portadoras de TVT, nas fases do ciclo estral. Foram utilizadas 58 cadelas divididas em grupo experimental (portadoras de TVT) e grupo controle (fêmeas hígidas), agrupadas segundo a fase do ciclo estral determinada por citologia vaginal, dosagem hormonal e aspecto macroscópico dos ovários. Sob anestesia geral, foram colhidos fragmentos da vagina e do tecido tumoral e estes fixados, blocados em parafina e posteriormente submetidos a imunoistoquímica. Nas cadelas do grupo controle houve maior expressão dos RE-α no anestro, proestro e estro (p<0,05) em relação ao diestro. Nas fêmeas do grupo experimental houve maior expressão dos RE-α no diestro (p<0,05) em relação ao estro, porém não mostrou diferença significante quando comparada com o anestro. Não houve diferença estatística para os RP4, nas fases do ciclo estral para os animais do grupo controle e no epitélio vaginal das fêmeas do grupo experimental não houve positividade em nenhum dos fragmentos avaliados. Não se observou positividade para RE-α e RP4 no TVT, porém o endotélio de vasos sanguíneos do tumor apresentou expressão de RE-α em algumas amostras. Concluiu-se que a expressão dos RE-α nos tecido vaginal das cadelas hígidas e de cadelas portadoras de TVT, tem expressão diferente em função do hormônio esteróide circulante, porém não se expressa no tecido tumoral.

Análise da expressão gênica diferencial dos receptores de estrógeno (ERα e ERβ) e progesterona (pr) em oócitos e células do cumulus nas diferentes fases do ciclo estral em cães.

O objetivo do presente estudo foi analisar a expressão gênica dos receptores de estrógeno (ERα e ERβ) e progesterona (PR) em oócitos e células do cumulus de cadelas nas diferentes fases do ciclo estral. Ovários de cadelas previamente avaliadas e submetidas à ovário-histerectomia foram fatiados, sob refrigeração, em PBS com 10% de SFB. No momento imediatamente pré-cirúrgico foi colhido sangue da cadela, que foi submetido posteriormente à dosagem de estradiol e progesterona. As cadelas foram agrupadas nas diferentes fases do ciclo estral de acordo com a avaliação prévia por colpocitologia, colposcopia e dosagem sérica de progesterona. Os oócitos recuperados após o fatiamento foram denudados mecanicamente. Oócitos e células do cumulus foram criopreservados separadamente e posteriormente foram submetidas a PCR em tempo real para quantificação relativa dos genes de interesse. A expressão gênica de ERα, ERβ e PR em oócitos e células do cumulus não foi diferente nas fases do ciclo estral. Foi possível, pela primeira vez, relatar a presença de ERα e ERβ em oócitos de cadelas.

Expressão do p63 e p53 em tumores mamários mistos de cadelas.

A proteína p63 é expressa no núcleo das células mioepiteliais da mama e apresenta funções sinérgicas ou antagonistas com a proteína de supressão p53. A expressão imuno-histoquímica de p63 foi estudada para acessar o papel das células mioepiteliais na histogênese dos tumores mistos. Adicionalmente, avaliou-se a possível relação entre expressão imuno-histoquímica de p63 e p53 com a finalidade de obter informações sobre a biologia desses tumores. Quatro amostras de mama normais, 20 tumores mistos benignos, 35 carcinomas em tumores mistos e 11 carcinomas tubulopapilares foram avaliados. Células mioepiteliais, formando camadas periductais/periacinares contínuas, foram imunoreativas para p63 na mama normal e nos tumores mistos benignos. Todos os carcinomas em tumores mistos e 72,7% (8/11) dos carcinomas tubulopapilares foram reativos para p63. A reatividade para p63 foi superior nos tumores mistos benignos quando comparada com os carcinomas. Nos tumores mistos, células mioepiteliais com formato fusiforme e estrelado, presentes no estroma mucinoso também foram reativas para p63. A proteína p53 foi expressa em 20,0% (4/20), 28,6% (10/35) e 36,4% (4/11) dos tumores mistos benignos, carcinomas em tumores mistos e carcinomas tubulopapilares, respectivamente. Não houve relação entre a expressão de p53 e p63 nos diferentes tipos tumorais. O presente estudo evidenciou a participação das células mioepiteliais na histogênese dos tumores mistos. A diminuição da expressão de p63 nas células mioepiteliais que compõem a camada basal dos carcinomas pode ser um evento importante para a progressão tumoral.

Estudo comparativo entre a administração de toxina botulínica "A" e a orquiectomia no tratamento da hiperplasia prostática benigna do cão.

A hiperplasia prostática benigna (HPB) tem início no animal com um a dois anos de idade, sendo que 80% dos cães com cinco anos apresentam evidências histológicas de sua presença. A fisiopatologia da doença não está totalmente compreendida, no entanto, a diidrotestosterona é o principal hormônio envolvido. Recentemente, o efeito da toxina botulínica A (TB-A) foi investigado na próstata, mostrando que esta induz atrofia do parênquima e redução do volume. Como o cão é o único animal doméstico que apresenta esta alteração, este se apresenta como modelo experimental para novos estudos da HPB humana. Com base nisso, este estudo objetivou fornecer informações acerca dos efeitos da TB-A sobre a próstata, libido e qualidade do sêmen, comparando os dados com animais orquiectomizados. Para tanto, 18 cães adultos, com evidências ultra-sonográficas de HPB foram submetidos à castração ou administração de 250 ou 500 U de TB-A, e avaliados durante 16 semanas. A orquiectomia mostrou-se um excelente tratamento para a HPB, promovendo redução de 80% do volume prostático. Aplicação da TB-A não ocasionou alterações significativas na libido, ereção ou qualidade e características seminais. Efeitos locais e sistêmicos também não foram observados. Administração de 250 U da TB-A promoveu redução máxima de 9,4% do volume prostático, entretanto, tal redução não foi significativa. Por outro lado, a administração de 500 U de TB-A reduziu significamente as variáveis comprimento, altura e volume da próstata. Desta forma, o presente ensaio
contribui de forma singular e inovadora para o conhecimento dos efeitos desta nova modalidade de tratamento na HPB canina.

Avaliação estrutural da próstata de cães: comparação entre punção aspirativa com agulha fina guiada por ultra-som e biópsia por videolaparoscopia.


A próstata é o único órgão sexual acessório no cão e as afecções prostáticas são comuns em cães adultos a idosos. A história clínica, anamnese, sinais clínicos e exames complementares, como a radiografia, ultra-sonografia, citologia e a histopatologia auxiliam no diagnóstico, embora o diagnóstico definitivo se fundamenta no exame histopatológico da próstata. Neste estudo, 11 animais da espécie canina, machos, adultos, não castrados e hígidos foram submetidos à punção aspirativa com agulha fina guiada por ultra-som para avaliação citológica e, após, um mínimo sete dias, utilizou-se da videolaparoscopia para obtenção de fragmento prostático para avaliação histopatológica. Nos exames citológicos, dois animais apresentaram alterações celulares compatíveis com hiperplasia prostática benigna. Durante as videolaparoscopias, a colheita do fragmento prostático foi realizada de maneira rápida, não sendo observada hemorragia significativa após o procedimento. Os animais não apresentaram nenhuma complicação no período pós-operatório. Verificou-se, aos exames histopatológicos, morfologia e estrutura celulares e teciduais nos padrões normais do parênquima prostático, em nove animais; os dois restantes apresentaram alterações celulares e teciduais sugestivas de hiperplasia prostática benigna.

Avaliação dos parâmetros espermáticos e caracterização do perfil bioquímico do plasma seminal de cães (Canis familiaris - LINNAEUS, 1758) com hiperplasia prostática benigna, tratados com toxina botulínica A.

Atualmente, estudos têm demonstrado a utilização da toxina botulínica do tipo A (TB-A) no tratamento de afecções prostáticas, como a hiperplasia prostática benigna. Ainda, sabe-se que alguns componentes bioquímicos do plasma seminal são relativamente específicos para a regulação da função espermática. O objetivo deste trabalho foi avaliar os possíveis efeitos deletérios ou benéficos da TB-A sobre a fertilidade de cães com HPB. Foram utilizados 18 cães machos, sem raça definida com sinais de HPB. Os animais foram divididos ao acaso em 3 grupos de 6 cães que receberam injeção intraprostática de solução salina de NaCl 0,9% (GC), solução contendo 250U (GI) e 500U de TB-A (GII). Quatro amostras foram colhidas antes da aplicação e 2, 4 e 8 semanas após o tratamento. Foi mensurado o pH e dosadas as concentrações de proteína total, cloretos totais, cálcio, potássio e sódio das amostras de plasma seminal. Ainda, foi realizada eletroforese SDS-Page utilizando géis de poliacrilamida nas concentrações de 12 e 18%. Os resultados foram avaliados por meio de análise de variância (ANOVA) e ao teste de Kruskall-Wallis (p<0,05). Não foram observadas diferenças significativas nos parâmetros bioquímicos avaliados. Outrossim, foram constatadas 31 bandas protéicas, com pesos moleculares variando de 106,2 a 3,9 kDa semelhantemente aos achados descritos na literatura. Destarte, pode-se concluir que os tratamentos com 250U e 500U de TB-A não alteraram os perfis bioquímico e protéico do plasma seminal de cães com HPB e, portanto podem ser considerados uma boa opção para cães destinados à reprodução ou envolvidos em programas de criopreservação de gametas.